terça-feira, 13 de julho de 2010

Respondedno as perguntas...

1 - De que formas você percebe as tecnologias de informação atuais integrando com os projetos de Design, Arquitetura e Cidades?

2 - Como a "Emergencia" (botton-up: Steven Jonhson) tem aparecido nas práticas de Design, Arquitetura e Urbanismo Contemporâneos?

3 - O entendimento de uma cultura líquida na sociedade contemporânea (Zigmunt Baumman) evidencia que as práticas de Design, Arquitetura e Urbanismo tendem a se aproximar e a ser cada vez mais interdependentes. Quais projetos pesquisados por você durante este semestre nas atividades desta disciplina ilustram esta questão?

Acho que tudo se resume nas interfaces, a zona de comunição entre que se realiza entre o usuário e o programa. O interessante desse tipo de trabalho é a busca pela experimentação, pela investigação, a interatividade para se passar a mensagem, na busca do usuário pela informação, seja ela educativa, institucional ou de apenas simples entretenimento. Ao induzir o usuário, atravéz dos recusros gráficos, a participar do que está sendo proposto, a arquitetura está efetivamente sendo concretizada, já que ela é feita a partir das interações e vivências do espaço. Essas instalações interativas aparecem em fachadas de edifícios, em esculturas, produtos, mobiliário, no que a imaginação mandar, como exemplos postados anteriormente.

Com a presença cada vez mais acentuada da tecnologia digital no cotidiano do arquiteto, a interface digital está se tornando uma das ferramentas para o processo da criação, sndo um estímulo para a criatividade. Graças aos meios digitais, o arquiteto não trabalha mais com padrões fixos de representação, a cada modificação uma nova interação com o meio proporcionando a imersão.

E já que "a cidade é o conjunto das múltiplas interações locais que se misturam e formam a totalidade da vida urbana" como diz Steven Jonhson, as interfaces digitais englobam o 'sistema emergente"m já que p que propõe o tempo tudo é interatividade.

A vida cotidiana passa pelo computador, pela internet e pelos sistemas de comunicação em rede Para o Zigmunt Baumman, líquido é uma metáfora da condição humana contemporânea na medida em que “os líquidos se movem facilmente, fluem, escorrem, esvaem-se, respingam”. Essa ciber cultura pode ser encontrados em alguns projetos postados nesse blog, como o "Beco das Palvras" do Museo da Língua Portuguesa e a interface cérebro - twitter que permite twittar usando a força do pensamento

O limite é o céu

EDIFICIO DE COMUNICACIONES KPN - Um outdoor gigante
GRAFFITI RESESCH LAB

Autor. Arq. Renzo Piano
Local: Rotterdam, Holanda
Ano: 2000
Vídeo: www.youtube.com/watch?v=Qcia4Ae7Jas&feature=email
Mais informações:
http://rpbw.r.ui-pro.com/
http://www.galinsky.com/buildings/kpntelecom/index.htm










THE CLOUD

Autor: Federico Casalegno, William J. Mitchell & MIT Mobile Experience Lab
Local: Florença, Itália
Ano: 2000
Vídeo: http://go2.wordpress.com/?id=725X1342&site=nait5.wordpress.com&url=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DwLBvMl8nvng&sref=http%3A%2F%2Fnait5.com%2F2008%2F06%2F
Mais informações:
http://www.thecloud.ws/overview.html
http://mobile.mit.edu/

The Clod é uma estrutura orgância que permite a interação humana e exprime a sensibilidade e emoções através de sensores e fibras ópticas reproduz sons e luminâncias.
A nuvem é parte do “Redesigning Fashion Trade Shows 2007” do projeto que Pitti Immagine lançado com Mobile Experience Lab do MIT em janeiro de 2007 . É um projeto que propõe tecnologias inovadoras , perspectivas e experiências sensoriais
.

Recriando funcionalidades

Gente!!! Isso não para nunca, quando mais busca, mais coisas criativas agente encontra. Vale apena entra no site: http://www.desvirtua.com/ É de uma professora Giselle Beiguelman.


São Paulo

Interfaces e seus conceitos

“A interface é considerada como concernente a todos os aspectos dos sistemas informatizados, ressaltando que esta não refere-se somente aos aspectos gráficos da camada imediatamente visível pelo usuário, mas também dos objetivos de interação.”
[Scapin apud Sperandio]

“ A interface é a zona de comunicação em que se realiza a interação entre o usuário e o programa. Nela estão contidos os tipos de mensagens compreensíveis pelos usuários e pelo programa (verbais, gráficas, outras), os dispositivos de entrada e de saída de dados e ainda as zonas de comunicação habilitadas em cada dispositivo”
[Galvis apud Silva]

A interface digital na arquitetura

As cidades poderão se tornar interfaces e terem sua aparência alterada ao gosto do habitante? Vamos trabalhar lado a lado com um colega que está a quilômetros de distância? A resposta a estas perguntas parece ser sim!

Abaixo segue o artigo retirado da REVISTA AU sobre as várias possibilidades de interface na arquitetura e seus desdobramentos, escrito pelo arquiteto André Teruya Eichemberg UNESP (Universidade Estadual Paulista) em 1999 e tualmente, desenvolve mestrado em comunicação e semiótica pela PUC-SP.



A INTERFACE DIGITAL NA ARQUITETURA


Como o meio eletrônico digital pode contribuir para a cons-trução do imaginário espacial arquitetônico, e como pode influenciar a ação processual na arquitetura contemporânea?
Para quem ainda acredita que a realidade virtual e os recursos oferecidos pelo meio digital se encontram no âmbito restrito de especialistas que trabalham em sofisticados e inacessíveis laboratórios controlados por militares, as perguntas acima teriam respostas, no mínimo, esotéricas. Mas o fato é que os meios eletrônicos digitais já estão contribuindo com desdobramentos surpreendentes para a construção do imaginário espacial arquitetônico.

Uma das ferramentas fundamentais que esses meios puseram à disposição do arquiteto é a interatividade. Basta um fato para destacar a enorme importância dessa ferramenta: graças a ela, a ação processual está adquirindo uma liberdade e uma criatividade notáveis, a ponto de se integrar visivelmente na estrutura da obra acabada.

Porém, não é sob essa óptica que a maior parte da produção arquitetônica da atualidade é observada. Hoje, o uso do meio digital está quase que maciçamente direcionado para a automatização e a otimização, via softwares, da arquitetura enquanto representação bi ou tridimensional do espaço (com suas plantas, cortes, fachadas e perspectivas). No entanto, esse cômodo modelo cartesiano de espaço é apenas um dentre os inúmeros rostos que a interface digital está oferecendo à arquitetura. Mesmo que a sua importância social seja inquestionável, esse uso maciço dos meios digitais em nome da padronização da "via única" chega a ofuscar uma das principais condições que os meios digitais tornaram possível: o seu funcionamento como interface, ou seja, como o ponto de contato entre o usuário e os meios digitais.

Com a presença cada vez mais acentuada da tecnologia digital no cotidiano do arquiteto, a interface digital torna-se uma das ferramentas essenciais para o processo da criação, um estímulo extraordinariamente fecundo para a criatividade.

Graças aos meios digitais, o arquiteto-interator não trabalha mais com padrões fixos de representação. Tecnicamente falando, interage diretamente com relações numéricas binárias de zeros e uns, em um sistema híbrido de imagens, sons e textos entre outros canais. No entanto, explorar a região onde os meios digitais fazem fronteira com a arquitetura não é apenas transformar oscilações binárias codificadas em espaços arquitetônicos.

O arquiteto-interator, cujo olho reconhece essas formas e organizações arquitetônicas em tudo o que vê, fica exposto a uma sucessão ilimitada e imprevisível de experiências e de idéias arquitetônicas. A cada frame que se desdobra, a cada substituição de pixels na tela do computador, as paisagens digitalmente criadas são atualizadas, renovando, dessa forma, a imprevisibilidade e a emersão, ou manifestação, de insuspeitadas possibilidades arquitetônicas. A criatividade da interface arquitetônica é ilimitada. Introduz-se apenas um pequeno número de parâmetros para construí-la e ela nos "responde", brindando-nos com um ilimitado desdobramento de formas, paisagens e idéias.

Graças à interface arquitetônica, os croquis, os esboços e todo o processo criativo estão ficando cada vez mais visivelmente integrados na obra acabada, e a própria interface arquitetônica se torna visível no edifício fisicamente construído. Arquitetura é processo. A obra acabada é apenas a "marca registrada" desse processo. Na interface digital arquitetônica, a ação processual e a obra acabada têm o mesmo peso, pois a interface que a cria opera com a informação, e a informação pode mudar, pode ser reprocessada e transformada pela ação processual do arquiteto-interator.


A imersão na interface
No entanto, talvez a perspectiva mais instigante que a interface está abrindo para a arquitetura esteja nos domínios da realidade virtual, e uma das características de importância-chave nos sistemas virtuais é a imersão. De fato, na organização arquitetônica digital do espaço, a experiência do arquiteto-interator é uma experiência de imersão. E, parafraseando o norte-americano Michael Heim, considerado o filósofo do ciberespaço, num comentário registrado em seu livro The Metaphysics of the Virtual Reality (ou A Metafísica da Realidade Virtual, Oxford University Press, 1993) em que acentua a importância da imersão para a experiência em RV, podemos dizer que, aos olhos do arquiteto-interator, a imersão cria o sentido (e também a sensação) de estar presente em espaços arquitetônicos virtualmente criados.

Esse papel da presença em RV, que apenas começou a ser explorada, aponta para outra possibilidade fascinante aberta pela interface arquitetônica, a de permitir uma abordagem profunda do sentido de "habitar". Heim chega mesmo a acenar para a possibilidade de a RV ser utilizada na recuperação, para a experiência profunda do usuário, do sentido da "morada original". Sem dúvida, a experiência de habitar um recinto virtual ampliará a percepção do "morador" por caminhos que ainda mal podemos vislumbrar.

Os usos de sistemas que intensificam a experiência da imersão em realidade virtual envolvem o interator em ambientes sintéticos digitais que, além de proporcionar essa experiência, possibilitam a absorção do corpo num espaço tridimensional. Essa ilusão perceptiva permite que o arquiteto-interator faça a experiência de compartilhar em tempo-real o processo de construção do espaço arquitetônico, pois aquilo que ele vê ou sente é fruto da interação entre o corpo e as relações binárias do sistema.

Mas talvez se possa prever que será também uma interação entre a mente e a percepção, por um lado, e a mensagem virtual, por outro. É nesse nível
"sutil" da interface que se delineará o perfil do interator do futuro. O interator é uma identidade. Ele é um inter-ator, um ator que atua no palco da interface, pois ele assume uma postura, uma atitude, uma sensibilidade e uma ação que compõem uma resposta empática às mensagens virtuais, em particular às mensagens que despertam nele a experiência da organização arquitetônica do espaço.

O arquiteto norte-americano Marcos Novak e o grupo belga Lab-AU (Laboratory of Architecture and Urbanism), com suas instigantes abordagens do meio digital como interface arquitetônica, desenvolvem a idéia e exploram o uso do ciberespaço como laboratório de pesquisas e experimentações de arquitetura. Na perspectiva desses exploradores da interface arquitetônica, a internet opera como um dos principais meios de divulgação dessas novas e fascinantes experiências, desses promissores embriões da arquitetura do futuro.

Graças à interatividade, o usuário pode alterar com ampla liberdade criativa as informações da interface arquitetônica, e como na interface a ação processual é inseparável do "produto acabado", porque nela o produto acabado pode, por assim dizer, navegar na ação processual, a experiência arquitetônica tem de fato alguma coisa de "líquida", como sugere a proposta de Marcos Novak.

Novak introduziu uma série de conceitos: liquid architecture (1985), transarchitecture (1993) e invisible architecture (1999). Em particular, Novak concebe a arquitetura líquida como uma condição arquitetônica possibilitada pela mutabilidade das formas e superfícies geradas por sistemas de algoritmos, o que permite uma transformação e uma atuação processual contínuas num espaço interativo em desenvolvimento.


Mixagem de arquiteturas
A tecnologia digital também está sondando as possibilidades de interação-integração entre corpo real e interface encaixada em ambiente real. Por exemplo, a obra AegisHypo Surface (2001), do grupo francês d'Ecoi Architects, utiliza a interface digital para criar e amplificar essa relação. A obra é formada por painéis equipados com sensores que captam a presença do público, e também a de sons e luzes, graças aos quais a interface forma diversas estruturas espaciais arquitetônicas. O Instituto do Mundo Árabe (1987-88), do arquiteto Jean Nouvel, em Paris, foi precursor pelo seu uso de diafragmas fotossensíveis controlados por computadores.

A possibilidade de transformação do espaço e da forma arquitetônicos por interferência direta dos transeuntes é outra importante característica inovadora que a interface digital começa a introduzir na imaginação do arquiteto cuja ação projetual está voltada à construção de espaços arquitetônicos reais.

Na interface arquitetônica, a arquitetura utópica e a visionária são colocadas no mesmo nível da real. A interface não tem hierarquias. Na interface, o olho do arquiteto não enxerga as cidades ambulantes do Archigram, grupo de arquitetos ingleses que, na década de 60, desenvolveu projetos "utópicos" em que a informação tinha elementos vindos, por exemplo, da Pop Art, das colagens e das HQs, e fornecia uma base para a estruturação do espaço. Tampouco consegue ver os croquis da série Carceri (1761), de Piranesi, ou a Cybernautica (2001), da belga Caroline Voet, como sendo menos reais do que uma maquete eletrônica do Empire State Building, em Nova York, Estados Unidos.

A própria ação projetual converte-se na possibilidade de experimentar novas condições arquitetônicas, nas quais as mais diversas visões de arquitetura podem conviver na mais perfeita harmonia, e em cujo solo, que só há pouco tempo começou a ser cultivado, já florescem novas literaturas espaciais cuja essência está na imaginação.

Graças à interface digital, inserções arquitetônicas virtuais poderão alterar criativamente construções reais. Interfaces do tipo mixed reality (realidade mista), que permitem visualizar objetos virtuais no espaço real por meio do uso de óculos estereoscópicos, poderão oferecer divisórias virtuais para estruturar uma sala real vazia. A mixed reality poderá vir a ser de extrema utilidade até mesmo para os arquitetos, visto que ela lhes permitirá sobrepor etapas projetuais in loco, isto é, eles poderão construir virtualmente o edifício, a partir do rascunho e do estudo, no próprio terreno onde o edifício real será erguido.

Outro caminho promissor que os meios digitais estão abrindo para a arquitetura é a chamada "interface gestual", que permitirá ao arquiteto-interator desenvolver croquis no espaço físico por meio de um "mouse tridimensional". Essa interface possibilita que o gesto seja representado em traço digital no espaço, como o lápis o registra numa folha de papel. Será que algum dia escreveremos poemas arquitetônicos diretamente no ar? Será que algum dia materializaremos os nossos gestos em arquitetura?

Duas interfaces arquitetônicas poderão se "cruzar", isto é, poderão atuar simultaneamente. As informações que modelam dois ambientes arquitetônicos virtuais poderão se unir e se relacionar, criando um ambiente resultante que se manifestará virtualmente como uma terceira interface, produzida por essa troca de informações entre as duas.


A arquitetura invisível
Uma nova interface arquitetônica está nascendo, como resultado das novas relações de trabalho possibilitadas pelo uso das mídias digitais. Graças à internet e às novas modalidades de comunicação que introduziu, tais como o e-mail e o chat, uma organização virtual do espaço físico passou a se sobrepor ao espaço real.

Com isso, está surgindo uma arquitetura invisível, erguida em salas virtuais onde funcionários se reúnem para uma teleconferência e onde colegas de trabalho executam suas funções trocando informações instantâneas "lado a lado", em "divisórias virtuais" contíguas, mesmo que estejam fisicamente separados por quilômetros de distância. Eu, aqui em meu computador, poderei alterar uma paisagem urbana interagindo, por exemplo, com um painel digital na fachada de um prédio em Nova York que esteja sob o controle de uma interface interativa associada a um sistema de sensores, e à qual se pode ter acesso via internet. A obra Egoscópio (2001), da artista e pesquisadora brasileira Giselle Beiguelman, é um excelente exemplo desse promissor uso interativo de sistemas digitais no espaço urbano.

Talvez uma nova cidade, interativa, como uma interface, esteja começando a emergir dos acertos e dos escombros da metrópole material da atualidade.